Game Oculto

Indicando: The Town of Light.⚡

The Town of Light – Um mergulho sombrio na mente e na dor.

Em um mundo onde tantos jogos oferecem ação desenfreada e diversão passageira, The Town of Light segue um caminho muito mais denso. Não é um jogo fácil de digerir — e justamente por isso, é inesquecível. Anos se passaram desde a primeira vez que o joguei, e ainda hoje me lembro de sensações que ele despertou: angústia, empatia, tristeza… e, acima de tudo, uma vontade profunda de entender o sofrimento humano.

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Entre na história de Renée. Mas não volte o mesmo.

Desenvolvido pelo estúdio italiano LKA, The Town of Light é uma experiência narrativa em primeira pessoa ambientada em um hospital psiquiátrico desativado. O jogo nos coloca na pele de Renée, uma jovem que retorna ao manicômio de Volterra, na Toscana, em busca de respostas sobre seu passado conturbado. A grande virada? A história de Renée é fictícia, mas o lugar, os tratamentos e os horrores retratados são reais. Volterra existiu. O manicômio funcionou até os anos 70. E tudo o que é mostrado no jogo — desde eletrochoques até internações sem justificativa — são fragmentos da realidade que muitas mulheres viveram sob o manto da "loucura".

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Você está pronto para encarar a escuridão da mente?

The Town of Light não é um jogo de terror no sentido clássico. Não há monstros nem jumpscares. O terror aqui é psicológico, humano. Ele surge dos relatos médicos, das memórias de Renée, dos corredores abandonados e das vozes que ecoam entre o real e o imaginado. A narrativa é fragmentada, como a mente da protagonista, e isso nos força a montar o quebra-cabeça da história — uma história marcada por abuso, negligência e silêncio.

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A recriação do manicômio é assombrosamente detalhada. Tudo foi baseado em documentos históricos, plantas reais e fotos do local. A trilha sonora é discreta, mas emocional. O silêncio, às vezes, diz mais do que qualquer música. É um jogo que exige que o jogador esteja presente, atento, sensível.

Por que jogar The Town of Light?

Porque é um lembrete. Um lembrete de como a sociedade já tratou — e muitas vezes ainda trata — quem sofre de transtornos mentais. Porque nos obriga a sentir empatia. Porque nos tira da zona de conforto. É um jogo que não diverte, mas toca. E isso, para mim, é uma das formas mais sinceras de arte.

Se você está passando por um momento difícil emocionalmente, talvez esse jogo não seja indicado agora. Ele lida com temas extremamente delicados como abuso, suicídio, perda de identidade e depressão profunda. Mas se estiver preparado, vá com calma. E vá com o coração aberto.

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